Adriano posa para foto com uma taça de vinho durante um jantar em restaurante de luxo no Rio de Janeiro Reprodução/Facebook
Há 465 dias sem disputar uma partida de futebol, Adriano está muito perto de anunciar oficialmente o fim da vitoriosa e conturbada carreira. A última vez em que esteve em campo foi na vitória do Atlético-PR por 2 a 1 sobre o The Strongest, da Bolívia, pela Copa Libertadores de 2014. De lá para cá, embora a assessoria do jogador informe que ele vem mantendo a forma física, o que mais se vê do Imperador são fotos em festas cercado por mulheres e quase sempre ingerindo bebidas alcoólicas. Uma rotina que é exposta quase que diariamente pelo próprio Imperador nas redes sociais.
Sem atuar há mais de um ano, lá se vão seis temporadas que Adriano foi protagonista pela última vez de uma conquista de peso. Campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009, ele deixou o Rubro-Negro no ano seguinte para defender a Roma-ITA, mas praticamente não jogou: oito partidas e um gol na temporada 2010/2011. O acerto com o Corinthians no ano seguinte parecia a redenção do Imperador.
O sonho, porém, virou pesadelo. Adriano até foi fundamental na conquista do Brasileiro de 2011, ao marcar o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no Pacaembu. Mas sofreu duas cirurgias no tendão calcâneo do tornozelo esquerdo - a segunda, segundo o próprio, por ter sido teimoso em não seguir as recomendações médicas de se cuidar fora do clube. Demitido por justa causa, cogitou processar o clube paulista por se sentir humilhado com a situação, pediu nova chance ao Flamengo e assegurou que voltaria a defender a seleção brasileira.
"A estrada caminha para que seja pelo Flamengo", assegurou em abril de 2012, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. "Vou voltar para a seleção. É um sonho que vou realizar, pode ter certeza disso".
Adriano não voltou para a seleção. E sequer conseguiu entrar em forma durante os 76 dias em que ficou no Rubro-negro carioca. Acumulou mais faltas do que treinos, irritou dirigentes e comissão técnica e foi dispensado. Passou a temporada de 2013 sem atuar até ser acolhido pelo Atlético-PR, em 2014. Preferiu sair após apenas quatro jogos e um gol marcado.
O futebol ficou em segundo plano para o Imperador. Suas aparições tornaram-se ainda mais constantes nas baladas do Rio e de São Paulo. Adriano também não abandonou suas raízes, como cansou dizer que jamais faria. Em seu Facebook apareceu recentemente cercado de crianças em uma festa junina. Mas uma imagem também causou espanto na comunidade. De bermuda, aparentando estar deprimido, foi visto encostado no balcão de um bar da Vila Cruzeiro ao lado de uma garrafa de cerveja.
A preocupação que havia de postar fotos em academias fazendo exercícios já não existe mais, em um indício claro de que a carreira ficou em último plano. Aos 33 anos, o fim da linha oficial está bem próximo para Adriano. E os torcedores já não poderão cantar a cada gol do atacante que o "Imperador voltou".
Segundo pessoas próximas ouvidas pela reportagem, Adriano não se considera mais um jogador. Ao mesmo tempo, ele não estaria preparado psicologicamente para o peso do termo "ex". Apesar das versões oficiais de manter a forma e receber diversas propostas nos últimos meses, o Imperador praticamente não fala mais sobre voltar aos gramados.
Procurado diversas vezes pela imprensa para comentar a rotina dos últimos meses e projetar algo sofre o futuro, Adriano não cogita dar entrevistas. A relação com repórteres, aliás, é outra coisa que o incomoda. Insatisfeito com o que considera uma perseguição em sua vida particular, ele mantém distância da mídia e pede que sua assessoria não dê maiores informações. O Imperador quer ser esquecido.