Hulk estampa novo pôster nacional de "Vingadores 2: Era de Ultron". Na trama, Tony Stark bolou um plano para não precisar mais vestir a armadura de Homem de Ferro e que deve permitir um descanso ao Capitão América, Thor, Viúva Negra, Gavião Arqueiro e Hulk. Sua solução é Ultron, uma inteligência artificial criada para avaliar e identificar ameaças e dirigir a Legião de Ferro de Stark para combatê-las. O problema é que Ultron não tem o componente humano, e sua inteligência superior logo avalia que o mundo ficaria muito melhor sem seus piores inimigos: os humanos Divulgação
Se o cenário atual no Brasil é nebuloso, com inflação alta e retração econômica, os cinemas parecem viver um momento oposto. Segundo dados do primeiro semestre de 2015, divulgados pela empresa de monitoramento Rentrak, o público brasileiro cresceu 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado, com aumento de 12,5% nas bilheterias.
Caso sejam mantidos até o fim do ano, os números registrarão o maior crescimento dos últimos quatro anos de um mercado que há uma década não sabe o que é crise.
São vários os motivos que levaram à bonança. O principal deles é o investimento em infraestrutura realizado ao longo dos últimos 20 anos, maximizado pelo aquecimento da economia nos últimos 15.
Hoje, o país conta com 2.895 salas, número quase três vezes superior ao de 18 anos atrás, quando o conceito "multiplex" começou a ser implantado por aqui.
Para tentar entender o bom momento, o UOL ouviu analistas da área, que comemoram a fase mas fazem um alerta: caso a economia não volte aos trilhos rapidamente e o cinema nacional não consolide um calendário regular, o baque da crise deve ser sentido em breve.
1. Sucesso das Franquias
2015 é o ano das franquias. Filmes como "Os Vingadores: Era de Ultron", "Velozes e Furiosos 7" e "Jurassic World" levaram mais de 25 milhões de brasileiros aos cinemas. Com o aumento do interesse das plateias após a morte do ator Paul Walker, "Velozes" foi o que mais surpreendeu, tornando-se a segunda maior estreia de um filme no Brasil: R$ 36.9 milhões arrecadados nos quatro primeiros dias. Quer mais? "Star Wars: O Despertar da Força" ainda vem por aí, em dezembro.
2. Dinheiro de sobra em Hollywood
Não é novidade que Hollywood está investindo fortemente na indústria. A diversificação de produções aliada à aposta cada vez mais frequente em histórias que podem render continuações vem garantindo o "pé de meia" de muita gente. O momento de ouro pode ser sentido na lista de filmes mais rentáveis da história, monopolizando produções dos últimos anos, como "Transformers: A Era da Extinção", "Sniper Americano", "Uma Aventura Lego", "Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1" e "Guardiões da Galáxia".
3. Crescimentos do número de salas
Antes de os cinemas virarem uma extensão dos shopping centers, as salas de exibição chegaram ao número recorde de 3.300 em 1975. A crise dos anos 1980 mudou totalmente o cenário, que ainda hoje se recupera. Atualmente de 150 a 200 salas são inauguradas no país. Segundo o portal "Filme B", que analisa o mercado de cinema nacional, foram abertas 147 apenas no primeiro semestre. Para analistas, com a demanda por entretenimento variando pouco, é o número de salas o principal termômetro do sucesso do mercado de filmes.
4. Diversão "barata"
O "barata" é entre aspas, claro, já que em São Paulo os ingressos podem passar dos R$ 50. Mas, na média nacional, o valor é de módicos R$ 13, o que faz do cinema uma das opções de lazer mais acessíveis. O aumento da renda média do brasileiro na última década também ajudou bastante. A comparação usada como referência pelo mercado é do preço de uma partida de futebol em um estádio. Hoje, o torcedor precisa desembolsar cerca R$ 40 para ver seu time do coração em campo.