Esta mulher conseguiu emagrecer 46 kg com mudança alimentar e conseguiu evita cirurgia
Isabela Innocenti chegou a gastar R$ 100 em lanche em um só dia imaginem. 'Acho que a gente tem que ser forte e parar de inventar desculpa', diz
A fotógrafa Isabela Innocenti, de 21 anos, descreve a relação que tinha com a comida como doentia. No dia em que gastou R$ 100 em lanches numa única visita a um fast food, percebeu que alguma coisa estava muito errada e resolveu mudar.
Com a ajuda de uma nutricionista e um personal trainer, ela passou de 122,5 kg para 76,5 kg em apenas 10 meses. Hoje, 46 kg mais magra, está totalmente satisfeita com o corpo e planeja fazer uma segunda faculdade. Quer estudar nutrição para ajudar pessoas com o mesmo problema que ela.
Isabela nunca foi muito magra, mas o problema com a balança começou mesmo há três anos, quando seus pais se separaram e ela passou por um período emocionalmente difícil. “Parei totalmente de olhar para mim e passei três anos só engordando”, conta. Como não gostava de se pesar, não sabia exatamente quantos quilos estava ganhando, mas percebia a mudança no corpo porque as roupas não serviam mais. “Comecei a perder calça, mas não ligava. Ia lá e comprava um número maior.”
Quando finalmente começou a perceber que havia um problema, ficou depressiva e deixou de ter vontade de comprar roupas novas. “Só queria ficar deitada ou comendo”, conta. “Percebi que ia morrer por causa do peso quando cheguei a gastar R$ 100 de lanche no McDonald’s para comer sozinha. Comi até não caber mais, até não aguentar nem respirar”, conta. “Quando estava comendo, estava feliz. Mas, quando parava de comer, parecia que tinha acabado de cometer um crime. A culpa que eu sentia não desejo para ninguém.”
A família já há bastante tempo alertava sobre seu peso, mas ela preferia ignorar. “Sentia uma preocupação muito grande da minha mãe, da minha avó e do meu pai. Chegava a doer porque eles falavam na boa e eu, naquele meu momento, nem ouvia. Xingava e dava as costas.” Foi à mãe que Isabela resolveu pedir ajuda quando decidiu tomar uma atitude sobre a obesidade.
Sua mãe também tinha passado pelo mesmo tipo de problema e só tinha conseguido perder peso com uma cirurgia bariátrica. Ela fez, então, um plano de saúde para Isabela para o caso de ela precisar, no futuro, recorrer ao mesmo procedimento.
Para doenças preexistentes, como era o caso da obesidade de Isabela, o plano tinha dois anos de carência para cobrir um procedimento como a cirurgia bariátrica. “No dia que eu fiz o plano, peguei carteirinha e disse: tenho dois anos para criar vergonha na cara e emagrecer que nem gente”, conta. “Não ficar igual porco engordando para o abate. Vou tentar emagrecer do jeito certo. Se eu conseguir, maravilhoso. Se não, faço a cirurgia.”
Ao se consultar pela primeira vez com uma nutricionista, em agosto de 2014, nem quis saber o peso e as medidas para não desanimar logo de cara (só depois ficou sabendo que seu peso inicial era 122,5 kg). A nutricionista não impôs uma dieta fechada e Isabela apenas cortou refrigerante (ela chegava a tomar dois litros por dia), fritura, fast food e acrescentou porções diárias de verduras, legumes e carnes magras. No lanche da tarde, em vez de salgados, passou a comer frutas, iogurte ou tapioca com ricota.
“Todo mundo fala que o começo é difícil. Para mim, o começo foi o mais fácil. Via como estava perdendo peso rápido e sentia felicidade. Não tinha nem tempo para sentir fome.” Ela também passou a fazer musculação com a ajuda de um personal trainer. No primeiro mês, já tinha perdido 5 kg e o processo continuou até a eliminação de 46 kg.
O excesso de peso interferiu muito no cotidiano de Isabela. Ela conta que não conseguia andar longas distâncias e chegava a mentir que estava passando mal para não ter que sair de casa com amigos ou com o namorado.
Muitas vezes não queria ir trabalhar porque não tinha disposição física. Chegou a perder um ano da graduação em design gráfico porque chegava à faculdade e não entrava na aula por vergonha do peso. Em vez disso, ficava trancada no banheiro. “Não queria mais sair, ver meu namorado nem ver ninguém.”
Dificuldade com os exercícios
Em todo o processo de emagrecimento, o que ela achou mais difícil foi o condicionamento físico. “Com todo aquele peso, aguentar fazer caminhada e musculação era muito difícil. Tinha dia que eu chegava em casa e ia para o meu quarto chorar.”
Olhando para trás, ela diz que foi preciso ter força de vontade e que contou com a ajuda da família e do namorado, que sempre a apoiaram. “Tem um lema que peguei para mim. Acho que a gente tem que ser forte e parar de inventar desculpa. Temos que ser mais fortes que a melhor desculpa que a gente tiver.”
Satisfeita com seu peso atual, Isabela não quer mais emagrecer e sim tonificar os músculos. “Hoje sinto uma felicidade que eu não preciso de comida. Só de olhar no espelho já me sinto feliz.”
FONTE DO G1